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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O Pedido de namoro!

Os Rituais que ainda poucos anos atrás existiam, hoje são raridades... Alguns rituais me comovem. Ainda mais quando são desnecessários.

Um deles é quando o jovem pede a filha em namoro para os pais.

Ninguém usa cerimônia para começar um relacionamento. Atualmente namoros se iniciam com um clique no Facebook e terminam com o bloqueio no Facebook. Por isso me espanta quem enfrenta a família da pretendente. Quem se importa com a opinião dos pais, se importa em olhar nos olhos, em indicar firmeza de laços.

Não é tarefa pequena criar um compromisso com o futuro, demonstrar que tem intenções sérias, evidenciar que não está pra brincadeira e admitir que está apaixonado e quer arcar com as consequências dessa escolha.

Seria mais cômodo manter o romance a dois, qualquer ruptura não terá efeitos públicos, seria apenas sair e se desligar com facilidade. Os segredos ficam restritos e não interessa aos demais.

É de espantar a coragem dos românticos.






O adolescente que rompe com o egoísmo e divide suas expectativas é um louco e tem toda minha admiração. Loucura hoje  é ser tradicional, se apegar, honrar o compromisso e estar feliz por isso. Quem pede em namoro diante da família não pode fugir de repente, mudar de ideia e desaparecer.

Quem hoje tem essa ousadia de não voltar atrás em seus próprios sentimentos e honrar promessas? De se incomodar em ouvir o que os outros pensam, em suportar o constrangimento do primeiro encontro e os primeiros carinhos de conhecimento?

Ir até a casa dela, ficar na sala aguardando o momento certo de abrir a boca entre o comercial e a novela. Escolher as frases mais sensatas e tentar encontrar clareza para expor pensamentos confusos de um apaixonado.

E não é somente falar, é estar receptivo a um sermão, a uma negativa, a restrições. É se colocar dentro de um convívio, com regras e ritmo desconhecidos. Mais do que educação, significa respeito. Respeito por aqueles que cuidaram dela antes.

Certa vez um amigo de um amigo meu, Fernando teve essa dádiva. Quando o rapaz pediu sua filha em namoro, ele ficou espantado, surpreendido. Recebeu o candidato para um café. Aguardou que ele falasse, falasse, falasse de toda sua fé e o quanto estava sendo feliz. Assim que ele pediu a mão de sua filha, Fernando não facilitou. Emudeceu longos minutos. Encarou os dois, respirou fundo e confessou:

– Não lhe dou a mão de minha filha, deixa a mão comigo, tá? Você já tem todo o corpo e alma dela, a mão é minha. A mão é do pai se ela precisar voltar, se ela precisar que eu a puxe de volta. Combinado?

Quando o homem faz um pedido formal de namoro, ele oferece algo muito importante e inesquecível à sua namorada: a declaração de amor do pai.

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