Não sei porque nesta noite
O sono velho me abandonou
Tapeou o chapéu e deitou as "melena"
Mas nada que me magoe
Tenho olhos de coruja
ouvidos de quero-quero
enxaguo bem a cuia
deixo a erva lavada
Espero a chaleira chiar mais uma vez
Preparo outro chimarrão
mais verde e mais topetudo
do que mate de Barão
Solito na sala, perto do fogo
Parecendo um bugre imaginando
O barulho que o relógio faz
Imaginando como funciona, como se fosse um jogo
Saudades desse tempo de insonia
Vontade de dormir pois o trabalho é árduo amanhã
Mas já não me importo com essa ironia
O sono me pega desprevenido mas espero pela manhã
É sempre essa velha história, começa a faculdade, com mais um semestre, não demorou muito e a insonia começa a incomodar. Na verdade nem incomoda mais, me sinto a vontade com ela, me sinto apenas um, nesse mundo... Penso pra frente, lembro de tempos atrás, bate saudade, bate vontade.. Um bom momento para me encontrar se me desencontrei.. Mas o fato que o dia continua...
Viver bem é o que importa
O que sobra a gente corta e o que falta a gente enterra....