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sábado, 28 de janeiro de 2012

O caminho!

Talvez ouvesse mais coisas para ver
mas eu olhava para trás
e via apenas escadas
só enxergava degraus
alguém se aproximou fumando
fumava com alguém que fuma demais
subiu as escadas atrás de mim
chamava meu nome, preferi me perder na indiferença
Uma grande escada na madrugada
havia um bar onde eu estava
eu bebia eu fumava
pensava em quantos anos já havia passado ali
mas não me movia por nada

Meu olhar atravessou a fumaça
e foi se encontrar com o dela
na outra ponta do longo balcão
minhas pernas já disse não se moviam por nada
eu não conseguia ir até lá por mais que quisesse
eu dependia de um milagre

Se passaram quase dez ano e eu continuava
parado no mesmo lugar minhas ideias atravessavam
a fumaça pelo menos assim parecia
eu queria muito me aproximar

Olhava ao meu redor
olhos de quem pede ajuda, ninguém quis ajudar
as pernas imóveis os olhos e o desejo eram meus
então séculos se passaram e eu decidi levantar
firme atravessei a fumaça
para encontrar enfim seu lugar vazio

Olhei novamente ao redor
ninguém percebe minha dor
se ouvesse música eu dançaria
apenas para disfarçar de repente nem eu mesmo
lembrava o que fazia de pé ali no meio do bar
desci as escadas dei de cara com a noite fria
levantei a gola do casaco, acendi meu ultimo cigarro
enfiei as mãos nos bolsos e peguei o caminho
dos covardes
a solidão

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